Caminho da Perfeição
Já falamos em matérias anteriores, que ao contrário do que alguns dizem, Antoninho sabia ler e escrever, vamos até reforçar nessa matéria esse assunto, colocando mais uma vez o desenho feito por nosso menino.
Infelizmente Antoninho freqüentou por pouco tempo o colégio, nosso menino esteve no Grupo Escolar “Prudente de Moraes”.
Durante a sua curta permanência nesse velho e modelar estabelecimento de ensino público, soube cativar a simpatia de seus professores e coleguinhas. Seu procedimento como não poderia ser diferente, era mais que exemplar embora dotado de gênio por alguns professores, e possuindo algumas atitudes incomuns, não tomava parte na parte das travessuras, que normalmente as crianças de sua idade fazem.
Na sala de aula comportava-se otimamente, levantando a mão para responder as perguntas de seu professor, mostrando e assimilando o conhecimento passado por seus professores. Na hora do recreio, seus coleguinhas o rodeavam para ouvi-lo, e quando chegava em casa, expandia-se em afeto para com a professora e coleguinhas, e reproduzia com tamanha perfeição tudo o que fôra ensinado.
Retrato feito por Antoninho, mais uma vez a prova de que o nosso menino sabia ler e escrever.
Não passou despercebida no grupo sua grande precocidade, tanto que seus pais foram aconselhados por um professor ( amigo ) a que retirassem Antoninho do estabelecimento em benefício próprio. Não era seu destino conhecer mais do que as letras do alfabeto, nosso menino estava fadado a aprender com a alma, tão somente, a verdadeira ciência de Deus e o amor a Jesus. Embora não o desejasse, Antoninho acabou por deixar o seu grupo escolar, e com imensa tristeza para todos, inclusive de sua própria.
Sabendo dotado de memória invulgar e gosto artístico, foi chamado várias vezes para integrar os personagens de dramas sacros, levados à cena em benefício do Asilo dos Pobres, na vila de São Vicente de Paula.
Quando queria decorar alguma oração, solicitava de sua mãe que o fizesse em voz alta, bastando-lhe algumas leituras para que nunca mais viesse a esquecê-las. Sempre obediente, sabia acatar as ordens paternas.
É que já estava suficientemente preparado para galgar o cimo do monte, pois percorrera como gigante da escritura a sua encosta agreste. Assim, mais estreitamente unido ao seu Divino Mestre, foi desaprendendo a entender-se com os homens e alheiando-se das coisas do mundo. Voltara-se inteiramente a Jesus: Imã divino das almas puras. Criatura eleita, sabendo corresponder aos eflúvios das graças celestes, atirou-se à cruz do mestre, descobrindo assim a estrada feliz que o conduzirá ao céu.
O céu! Móvel único de seus suspiros, desejos ardentes de sua alma impregnada de amor. O céu das bem aventuranças que o mestre lhe ensinava! A cruz simbólica do amor pela qual o seu coraçãozinho já se abrasava intensamente. Foi em busca dessa cruz que ele iniciou a sua dura caminhada pela montanha do sofrimento, desse monte sublime, longe das agitações e das alegrias que falsamente o mundo nos acena, ele nos oferece o espetáculo deslumbrante das almas remidas com o preço de sangue no alto do Gólgota! Exemplo Edificante!
Retrato do S. Coração de Jesus, na casa em Campos do Jordão
"Não retire Jesus, nós o amamos muito".
Antoninho, tendo então seus 8 anos de idade apenas, unido ao símbolo seguro de sua ardente fé, parecia desferir seu primeiro canto: vê, ó Jesus; estou abraçado contigo! Nada mais almejo a não ser a ti, a ti somente! E... um dia... quando minhas mãos se despregarem da cruz abençoada e caírem inertes no regaço de minha mãe, vendo-a sofrer tanto por mim... subirei contigo!
Quando a morte revelar-me o caminho da eternidade agitando meu corpo num espasmo de dor, ó Jesus, lembrar-me-ei que estou contigo, à sombra da tua cruz!
Quando as lágrimas rolarem-me pela face emagrecida, anunciando minha destruição, lembra-te, ó Jesus, que abraço com mais amor ainda a tua cruz de dor adorável e linda! Tua vontade, num elo de puro e eterno amor Jesus! Quero voar... voar... subir a ti e só em ti repousar!
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